Hoje estava sentada lendo, quando de repente toca a campainha, atendo e aparece um rapaz de seus trinta e poucos anos vendendo bilhetes de loteria federal. Estranhei porquê nunca tinha me deparado com tal situação. Agradeci, o rapaz foi embora e eu fiquei pensando naquele episódio, me sentido impotente diante desta e de tantas outras situações de pessoas desempregadas e vendendo até a alma ao "diabo" pra se manter, pra se alimentar, se vestir quando não, também a sua família. Sinceramente é uma situação constrangedora e triste, sim pois me afeta muito sentir me privilegiada por ter uma situação cômoda, enquanto muitas pessoas estão penando para conseguir "sobreviver". Sim porquê não existe outra expressão que traduza melhor o fato.
E é nesta época, que se vê estes episódios acontecerem com muito mais frequência do que em outras épocas do ano. È nesta época que aumenta visivelmente o consumo exagerado de bens materiais, impulsionando as pessoas a se disporem a muitos meios de obterem estes bens, inclusive usando os mais ilícitos possíveis. O que é profundamente triste, lamentável, mas infelizmente é a realidade, é o fruto de uma sociedade extremamente capitalista e consumista na qual nós vivemos e também ajudamos a construir. Passamos por estes episódios o ano todo, mas só nos damos conta disto quando o final de ano e suas festas chegam, e com ela a correria por conseguirmos atender nossas ambições materiais. Então caimos na realidade de que nem todos tem condições de obtê-los, e muitos usam de meios não muito apropriados para fazê-lo. Acho que devemos começar estas pequenas mudanças por nós, consumirmos o necessário, aquilo que nos satisfaçam nossas necessidades. Que procuremos esbanjar menos, se o fizermos. Para que não venhamos depois, despertar a parte "culpada" que esta dentro de nós, escondidinha e que só aparece nos finais de ano.
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