quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Então fuiiiiiiiiiii.

Feliz Natal atrasado, a todos os assíduos leitores do blog e para os que só dão uma paradinha básica, também! Hehehe... Um dia após o feriado de Natal, já estamos nos preparando para o feriadão de Ano Novo, e a temperatura só está subindo, hoje 36°. Uns recebendo parentes, outros indo visitá-los, mas todos tem com certeza, um direcionamento para passar seu revellion. E nós por aqui, não é diferente. Estou arrumando nossas bagagens, que não são poucas, para passar o revellion com toda a parentada (do marido) numa praia bem ao sul do RGS, que já foi mais paradisíaca, hoje já não o é tanto. Mas com certeza, te oferece uma certa segurança e descanso que a maioria de nós, almejaria para passar no mínimo, uma semana. Nós somos felizardos por podermos realizarmos esse desejo. Então, "simbora lá com mala, cuia e até o cachorro". Fica para todos, o desejo de saúde, paz e muitos sonhos para serem realizados nesse 2014 que está batendo as nossas portas. Que possamos sempre sonhar e correr atrás de nossos sonhos, que nunca nenhum mau momento de nossas vidas nos tire o desejo de querer superar nossas limitações e que todo dia do ano seja sempre um novo ano, porque a cada dia novo, Deus nos oferece a chance de sermos melhores e de recomeçarmos, deixando de lado nossas pequenas mesquinhezes. Então a todos nós, um 2014 muito especial, muito harmonioso e recheado de muito amor e solidariedade.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Um texto para ler com emoção.

O texto abaixo eu compartilhei do blog Saídos da Concha, onde quem o traduz é Graça Almeida Borges. É um texto belíssimo, onde fala de natais que nós oriundos de um país tropical, com certeza nunca o vivemos, mas que eu particularmente, gostaria de vivê-lo ou quem sabe já o vivi em outras existências. Leiam e saboreiem cada narrativa da autora. Um Natal português por Graça Almeida Borges Um Natal português? O meu Natal é... Uma preparação cuidada e a várias mãos da árvore de Natal. As mais jeitosas ficam encarregues das luzes. A estrela nunca está verdadeiramente direita. O Natal são chocolates na árvore a aparecer e a desaparecer misteriosamente (continuamente – o meu Pai certifica-se de que há sempre chocolates na árvore), só um fiozinho dourado e um resto pequenino de papel prateado rasgado a denunciar os roubos sucessivos. É um presépio bonito, composto, elaborado, com socalcos feitos de caixas antigas do Marks & Spencer e da Loja das Meias forradas de papel de lustro verde (quando éramos miúdos íamos todos à Mata de Barão de São João buscar musgo para o presépio), com pastores e pastorinhas espalhados, algumas ovelhas (neste presépio não há cabrinhas...), o burro e a vaca, um poço, algumas casas, São José e a Virgem Maria no topo, os três Reis Magos a caminho e o Menino Jesus a chegar só mesmo à meia-noite do dia 25. São demasiados doces a chegar lá a casa – um tronco de chocolate que não se deixa tocar, uma tarte de amêndoa da viúva do Sr. Daniel, fatias douradas, sonhos, e outros tantos que, eu confesso, nunca chego a provar. O Natal é uma confusão de gente a entrar na casa da cidade, uma canja de galinha com arroz que começa a ser feita sempre em cima da hora, pão de forno na mesa e presunto acabado de cortar, bacalhau e couves, sem dúvida!, vozes, risos e gargalhadas altas, uma confusão em que ninguém se deixa ouvir. Os miúdos a correr de um lado para o outro. São duas mesas grandes, porque já há muito que não cabemos todos na mesma. O Natal são pequenos papelinhos com os nomes a indicar o nosso lugar. O Natal é esperar pelo Filipe e pelo Miguel que, cambaleantes na sua alegria, chegam sempre tarde do seu corridinho de Natal às casas e amigos de Lagos – chegam normalmente a falar uma língua inebriada que só os dois primos entendem. O Natal é azevinho. O Natal é comer à pressa para apanhar a Missa do Galo. O Natal é um peru delicioso, por vezes destronado por um Galo Capão, com um arroz de grelos único. A receita do arroz de grelos passou da minha Avó Mia para a minha Mãe. (Esse peru ou galo e esse arroz de grelos ficamos a comê-los nos dois ou três dias seguintes. Eu sou a única que não se queixa...) O Natal é uma discussão constante em torno dos pratos do serviço de Natal – quem fica com o comboio, quem fica com o cavalo, quem fica com o soldadinho ou os soldadinhos, com o trenó e, sobretudo, quem NÃO fica com a corneta! O Natal é uma mesa bem posta: toalha, pratos, copos e guardanapos a condizer. O Natal são várias cores, de preferência nos mesmos tons. O Natal é uma lareira sempre acesa, o cheiro de lenha a encher a sala e a fugir da chaminé. O Natal é frio na rua, calor em casa. O Natal é muito vinho! O Natal é uma tentativa contínua de um plano perfeito para viciar o sorteio dos presentes, cada vez mais controlado, cada vez mais difícil de viciar. (Depois de três anos ou mais a calhar a mim e às minhas irmãs trocar os presentes entre as três, começaram a desconfiar...) O Natal são passeios à cidade, a tentar equilibrar o passo na calçada escorregadia, a correr atrás do cheiro a castanhas assadas na rua. O Natal é uma troca constante de "Bom Natal", "Boas Festas", "Feliz Natal" quando passeamos pela rua. São postais de Natal em cima da lareira. São velas grandes e encarnadas acesas durante demasiado tempo, a derreter esquecidas sobre onde não queremos. O Natal é roupa quente, uma gola alta, um gorro, luvas de lã, um cachecol bem enrolado. São presentes também. Só um para cada pessoa. Escolhido a dedo e anunciado com muita imaginação. Com muito humor também. O Natal é lembrar quem não está e quem faz falta. Ou porque foi e já não volta ou porque simplesmente não pôde estar ali. O Natal é estar à mesa e deixar as muitas histórias e recordações prolongar o almoço e o jantar. O Natal em minha casa é a cumplicidade da boa-disposição. O Natal para mim é tudo isto... Mas é também muito mais. Imagens tiradas do Google.