terça-feira, 15 de maio de 2012

Os teus pés




Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,

Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,
A duplicada púrpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram vôo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.


Pablo Neruda

domingo, 13 de maio de 2012

Feliz dia das Mães!




A todas as mães, sejam elas brancas ou negras, altas ou baixas, gordas ou magras, velhas ou novas, modernas ou antigas, mães bailarinas ou mães donas-de-casa.
Existe em todas elas, um sentimento em comun.
Que é o amor incondicional por seus filhos, que as transformam em leoas em potencial.
A nós mães e nossas mães, um dia feliz cheio de amor, paz e harmonia!
Eu e minha mãe gordinha, antiguinha nos seus 93 anos, mas lúcida e ainda me dando sermões.
E abaixo eu e minha filhota, que foi tietar sua mami bailarina da quase terceira idade (falta muitooo).
E assim é a vida, envelhecemos no corpo, mas mantemos nossas personalidades e maneiras de amar sempre iguais, só mais intensas.
E filhos, sempre permanecerão pequenos aos nossos olhos de mães.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Memória Visual




Sou uma pessoa que usa muito a memória visual. Mas para coisas as quais me interessam, claro.
Por exemplo, se vou a casa de alguém, raramente fico ligada na decoração, no estilo de móveis, cores das paredes, louça do banheiro e etc. Essas coisas as quais as pessoas comentam depois terem ido a casa de alguém, sobre o bom ou não tão bom gosto da pessoa.
Mas eu necessito muito de minha memoria visual para memorizar números de telefones, me localizar em outra cidade, marcar a fisionomia de alguém, em fim sou muito visual, mais que auditiva e até fiz testes na época de faculdade e foi bem esse o resultado.
A mesma coisa acontece quando estou ensaiando passos novos da dança. Tenho uma necessidade imensa de me olhar, me corrigir, memorizar a coreografia. Porque se eu não puder me visualizar, esqueço a ordem desta, me atrapalho, fico muito desconectada. O mesmo serve para uma aula de matemática e etc.
Eu preciso ter a imagem concreta para que eu possa visualizar e assimilar no meu cérebro, já desgastado pelo tempo. Mas isso foi sempre, a minha vida toda.
Inclusive eu me comparo ao Boby dos desenhos, porque tenho sempre que imaginar as coisas literalmente, e sem ver para mim, fica difícil demais.
E essa coisa de não poder usar o espelho na dança está acabando comigo, esqueço a ordem dos movimentos, me sinto desajeitada e totalmente insegura.
Mas o que realmente quero dizer, é que cada pessoa aprende de um modo peculiar, explorando mais a sua memória visual, outros a auditiva porque tem que ouvir determinada coisa para que assimile mais rapidamente, outros tem de tocar para sentir. Mas isso não significa que não usemos todos os nossos sentidos e memórias, usamo-las de maneiras diferenciadas como disse acima, explorando mais uma determinada em algumas pessoas e menos em outras.
E isso realmente a gente tem de aprender a não usá-las tanto uma mais que outra, como no meu caso para aprender os movimentos, porque se torna para mim, como uma dependencia o uso do espelho, que no caso estimula o uso da memoria visual.
Me olho, assimilo o movimento, me corrijo e gravo em minha memória. Mas sem me olhar é complicado.
È bem difícil esse exercício de não me visualizar, estou numa batalha constante comigo mesma e sinto muita dificuldade em me desprover de minha memória visual o tempo todo, nesse aspecto.
É complicado mas vai valer a pena, quando eu reaproveitar bem mais as demais em menos uso.
Sou muito resistente a algumas mudanças, mas nunca digo que não vou tentar.
E você que recursos usa para facilitar o aprendizado?

"Não tenha medo de tentar nem se culpe quando fizer algo que não dê certo". (Luiz Gasparetto)



www.google.com.br/imgres/ imagens daqui.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Desconstruindo para transformar.




Como todo mundo está cansado de saber, eu adoro dança, especialmente o balet. Mas nunca tive oportunidade de faze-lo quando criança.
Mas depois de madura e põe madura nisso, arrisquei fazer aulas de rítmo, as quais fiz por uns cinco anos e cada vez mais me apaixonei pela expressão corporal.
E entre duvidas e questionamentos acabei me apresentando no final do ano passado com a academia a qual fazia dança.
Todas nós eramos já quarentonas pra cima, e dentro de nossas limitações normais da idade, nos superamos!
Mediante o público e acima de tudo nos auto-superamos.
Mas sempre segui com aquela vontade de fazer um outro tipo de dança, algo mais expressivo, mais digamos impactante, nem sei se a palavra certa seria essa, mas é mais ou menos por aí. Normal, pois a gente sempre quer mais, a medida que sobe um degrauzinho.
Então uma amiga, que faz faculdade de dança e que como eu é apaixonada por dançar, me convidou para participar de um projeto de extensão no curso de dança contemporãnea.
Sem titubear, aceitei,e adorei.
Pois a proposta da professora que é excelente profissional, é muito diferente de tudo que estamos acostumados a ver. Inovadora e empolgante.
Pois nessa modalidade de dança, a coisa flui no tempo de cada um, é como uma desconstrução da coisa pronta e sincronizada como eu até então estava acostumada a ver.
Não usamos o espelho para nos corrigirmos, o qual eu sou dependente e ainda não me acostumei a ignorá-lo por total.
Mas estamos lá, firmes na proposta dela, dando o nosso melhor e vendo a dança com outros olhos.
Vendo de uma forma que nunca me foi apresentada, que desconstrói idéias já solidificadas, mas que estarão com certeza, abertas as mudanças que ainda estão por vir


FOTO: profa Ândrea Rodrigues.