segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Sermos pais, uma tarefa difícil e complexa, mas recompensadora.

Então eis que volto falando de sentimentos que só nós pais, temos dentro de nós, entendemo-os quando nos tornamos pais e a guerra a qual vivemos, quando se trata de proteger demais ou de menos nossos filhos. Porque achamos sempre, que poderíamos ter mudado o rumo de algo, se impuséssemos nossas opiniões. Isso tudo veio a tona, pelo incidente ou acidente trágico que ocorreu aqui no RS no carnaval de rua de Jaguarão. Que meio imita aos da Bahia, com carros elétricos e blocos de rua, onde o povo pula carnaval livremente. E o que era para ser divertido, uma brincadeira que reuni amigos e pessoas novas na cidade, que vão para se divertirem, tornou-se uma tragédia com a morte de uma menina de dezesseis anos apenas, a qual não sei porque e nem como, caiu em baixo das rodas do trio elétrico e simplesmente é destroçada e junto a ela, a vida de seus pais, que pelo depoimento do pai, passa uma sensação de impotência, mas que talvez ele pense, poderia ter sido diferente, se ele não a tivesse permitido ir se divertir, como tantos outros de seus amigos. Mas não, ele como sendo um pai, que não queria ser castrador demais, por amar demais sua filha, por querer vê-la feliz e se divertindo, passou por cima de seus medos, passou por cima de suas dúvidas de deixar ou não deixá-la ir, e acabou cedendo, como tantos de nós muitas vezes o fazemos, para depois de um acontecimento bárbaro desses, sentir-se culpado por não ter exercido sua autoridade de pai e te-la proibido de ter a sua morte prematura. E é nessas horas que eu me questiono, o porque de tantas vezes, eu ter me revoltado contra os nãos que levei de meus pais, do porque não termos essa capacidade de entender o medo que eles tem de que nos aconteça algo de ruim e que só vamos ver isso, bem mais tarde, quando nos tornamos pais, também. Então, paramos e pensamos: " Ah, eu não vou ser com meus filhos, como eles foram comigo, vou deixá-los errar e acertar por suas próprias pernas. Apenas vou mostrá-los os caminhos e deixar as escolhas ao seu crivo. E realmente, eu faço isso, deixo minha filha tomar as suas atitudes, até porque ela é uma adulta já e sempre, desde adolescente, foi muito responsável. Mas eu muita das vezes fiquei com o coração nas mãos, com medo. Mas sempre pensei no livre arbítrio dela e que Deus sempre está no comando de tudo e isso eu lhes digo, não é fácil! Se for para ser, será e não adiantará tentarmos mudar as trajetórias. Apenas devemos sempre indicar os caminhos do bem. Mas infelizmente, numa hora dessas, de perda dos pais dessa menina, é difícil dizermos-lhes tudo isso e esperar que lhes acalme o coração que insiste em auto-culpar. Só entenderão que não foi culpa deles e nem que estavam errados em suas atitudes com o passar do tempo, quando o luto for consumado e muita das vezes esse entendimento não acontece para todos. Então o que tirar de lição de vida de tudo isso? Devemos aconselhar mostrar o caminho certo, e acredito até nos impormos em alguns momentos, mas nunca nos culparmos por algo que foge ao nosso controle de simples mortais.

Nenhum comentário: