quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O normal é ser diferente


Hoje, enquanto preparava um roteiro para um bate papo com mães de uma instituição, na qual uma amiga convidou-me a falar. O assunto escolhido foi "preconceito" em relação as pessoas portadoras de necessidades especiais,em que muitas das vezes sofri na pele por ter tido uma filha com paralisia cerebral. Pensei na tão aclamada "Inclusão" dos PNE na escola, principalmente, e na sociedade como um todo.
Eu tinha bem claro dentro de meu modo de pensar, que a inclusão era incontestável,que existia e era fato! Até eu passar pela problemática. Eu defendia com garras e dentes a inclusão de minha filha em escolas regulares, enquanto a fisioterapeuta dela, colocava que não era bem assim, que existia o preconceito senão aberto, o velado, aquele bem disfarçadinho e que ela poderia se sentir excluida ao invés de incluida.
Eu continuava defendendo minha posição. Até o dia de eu procurar uma escolinha particular bem famosa da minha cidade e ir conversar com a dona da escola e ouvir dela, que sim, aceitaria com muito prazer a inclusão de minha filha, que seria importante pra ela pois afinal era uma criança linda, inteligente mas com alguns deficites na parte motora, pois não caminhava e usava cadeira. Mas... ... isso tudo tinha que ter um porém, um preço e este seria de eu levá-la e buscá-la em horarios diferenciados, para que não causasse tumultos com a cadeira na entrada da escola. Pra não dizer claramente chocar os pais, lógico!
Isto, caiu como uma bomba na minha cabeça e a partir deste momento, comecei a duvidar da inclusão no seu amplo sentido,no caso dela lógico, e comecei a ver que nestas condições ela se sentiria menos incluida e diferente. E que isso não aconteceria se ela frequentasse uma escola para crianças especiais, que antes, era uma coisa dificil pra eu entender, até ter sofrido esta triste experiencia. Conclusão de tudo: As crianças são desprovidas de preconceitos, elas aceitam muito bem o diferente, até que nós pais venhamos colocar de maneiras erroneas nossas idéias tortuosas sobre o diferente, colocarmos para elas nossos preconceitos enraizados e muitas vezes sem expectativas de mudanças.
Teria com este assunto, infinitas coisas a escrever e falar, mas estas coisas só nos fazem mudar de idéia quando estamos do outro lado da história, quando vivemos o preconceito na propria pele e aí então mudamos nosso discurso, a partir de nossa historia. Senão fica só na teoria, e a inclusão mal elaborada, pode ser pior e pode despertar dores que antes não existiam. Então antes de defendermos nossa posição diante do assunto, vamos procurar mudar realmente nosso ponto de vista, para que não fique sendo apenas palavras bonitas. Devemos aceitar que todos somos diferentes e que isso é ser "normal".

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